Estudante tem página invadida e processa Orkut

Uma estudante paulista de 20 anos alega ter sua página no site Orkut invadida e afirma que vai processar os administradores do site de relacionamentos. Fotos eróticas foram publicadas na página da jovem.

O caso ganhou repercussão quando alunos da faculdade de direito onde estuda, em Marília, interior paulista, ameaçaram agredi-la e a jovem teve de se trancar numa sala de reuniões, de onde só saiu com escolta policial.

Em sua página pessoal, foram publicadas fotos eróticas em que ela aparece fazendo sexo com dois rapazes. A estudante afirma que as imagens foram montadas e publicadas com o intuito de difamá-la.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a jovem disse que o escândalo a impede de estudar e até de sair na rua. De acordo com a estudante, a cidade onde vive, Pompéia, a 32 km de Marília, é pequena e sua população conservadora. A jovem diz temer ser agredida nas ruas e recorrer a tranqüilizantes para conseguir dormir.

Após a publicação das imagens, as páginas da jovem e de seu namorado receberam mais de sete mil mensagens. O escândalo a fez perder o namorado, diz. Segundo a jovem, ela tentou sem sucesso entrar em contato com o Orkut. A estudante registrou boletim de ocorrência.

A jovem é mais uma usuária do Orkut a afirmar que vai processar o serviço. Ainda em abril, uma professora do ensino médio também anunciou processo contra o site. A professora foi alvo de uma comunidade que publicou mensagens ofensivas e incitava alunos da escola onde leciona a agredi-la.

A crescente onda de queixas levou o Ministério Público a convidar representantes do Google no Brasil a prestar esclarecimentos. O MP deseja que o serviço adote procedimentos para impedir a publicação de conteúdo ofensivo e a criação de comunidades que incentivem à prática de crimes, como racismo e apologia às drogas. O MP quer ainda ter acesso a dados que possibilitem identificar rapidamente os autores de ações ilegais no serviço.

O Google explicou que o Orkut é hospedado e administrado nos Estados Unidos. Executivos da empresa virão dos Estados Unidos ao Brasil discutir o tema. O Google afirmou que deseja colaborar com a Justiça brasileira.