Decisão da Nokia coloca empresas de GPS contra a parede
A medida da Nokia de oferecer navegação gratuita em seus smartphones pode soar como a sentença de morte para a indústria de navegação via satélite. Na quinta-feira (20), as ações da produtora de aparelhos GPS TomTom, por exemplo, desabavam mais de 15% em Amsterdã.
Ontem, a Nokia anunciou que vai oferecer direções de navegação veicular e para pedestres em 74 países em 46 idiomas, numa tentativa de melhorar sua posição contra o Google, que começou a oferecer navegação gratuita nos celulares inteligentes Droid, da Motorola, no mercado norte-americano em 2009.
A Nokia entra na disputa com o Google para obter a maior base instalada de usuários de navegação móvel, tentando dificultar a vida da gigante das buscas na internet e outras fabricantes de smartphones.
A medida é vista como um ponto de mudança definitiva e deve ajudar a empresa finlandesa evitar uma queda mais forte em sua fatia de mercado de smartphones.
O oferecimento de navegação livre em cerca de 20 milhões de smartphones deve afetar empresas no mercado global de navegação, incluindo a TomTom e Garmin.
A TomTom já perdeu 30% de seu valor depois do anúncio do Google em outubro.
Analistas concluíram no ano passado, após a entrada do Google no ramo de navegação, que é improvável que a TomTom, Garmin e Nokia recebam de volta seus altos investimentos em tecnologia de navegação. A Nokia e a TomTom gastaram mais de US$ 12 bilhões na compra de empresas de mapeamento digital Naviteq e Tele Atlas.
A estratégia da Nokia pode gerar uma nova leva de aquisições disparadas por concorrentes como Samsung, RIM e Microsoft à medida em que consumidores passem e a ver a navegação como um atributo padrão dos smartphones.
A TomTom precisa apresentar um novo plano de negócios rapidamente uma vez que 70% de suas vendas são de PNDs (aparelhos de navegação pessoal). PNDs podem desaparecer no futuro com mercado para navegação evoluindo para item padrão em carros e gratuita em celulares.
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