Brasileiros criam rede social para garimpar compras
Uma rede social que usa produtos para conectar pessoas. Assim é o Frugar, rede social concebida no Brasil e que, em beta desde novembro, vem sendo testada por brasileiros que comentam - e leem comentários - sobre produtos antes de abrir a carteira e passar o cartão de crédito.
“É uma rede de opiniões sobre produtos, onde as pessoas podem escrever sobre o que gostaram e recomendar aos amigos”, define Paulo Lerner, CEO e um dos sócios da Kleintech, a empresa por trás do site.
“O usuário brasileiro gosta do social, de compartilhar ideias. A própria ideia do site surgiu da percepção de que as pessoas gostam de trocar experiências, e os produtos são parte significativa da experiência de vida”, acrescenta.
“Vimos que o e-commerce, no Brasil, cresce a números assustadores”, ressalta o publicitário Rodrigo Waissman, também sócio da empresa, junto com Jacob Golder e Eduardo Klein. “Pensamos: por que não podemos transformar o interesse em redes sociais em algo prático? Estamos fazendo justamente isso: trazendo o social para o shopping”, define.
No Natal, segundo a consultoria e-bit, as vendas do comércio eletrônico brasileiro chegaram a 2,2 bilhões de reais – resultado 40% maior que o de 2009. Em setembro de 2010, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) anunciou que, nos sete primeiros meses do ano passado, as lojas de e-commerce faturaram 7,8 bilhões de reais, mais que a venda combinada de todos os shopping centers da Grande São Paulo.
Coleções
O Frugar faz esse casamento entre compras e rede social por meio de coleções. No site, o usuário pode criar coleções de produtos, com base em qualquer tema que tenha em mente – livros, eletrônicos, produtos para bebê.
Essas coleções podem ser compartilhadas com amigos, pessoas escolhidas ou o público em geral – que podem contribuir com suas opiniões e novas indicações.
Outro diferencial é que o Frugar já nasce no ambiente móvel. Além da web, a rede social conta com um aplicativo para iPhone, disponível na loja virtual iTunes.
A integração com redes sociais já consolidadas também não foi esquecida. “O usuário pode se conectar ao Frugar usando sua conta do Facebook ou do Twitter”, revela Waissman. “E ele poderá publicar as ações que realizar no Frugar nas duas redes.”
Segundo os sócios, o Frugar foi concebido para operar no Brasil e nos Estados Unidos. Inicialmente, no entanto, ele está aberto apenas no Brasil. “Queremos amadurecer o produto no País,”, explica Lerner. O lançamento nos EUA está previsto para ocorrer até março.
US$ 2 milhões
O desenvolvimento do Frugar começou há 18 meses. Para tanto, a Kleintech afirma ter captado 2 milhões de dólares com investidores brasileiros. Desde novembro, o site funciona em beta, mas isso não impediu que cerca de 3 mil internautas descobrissem o site e fizessem cadastro.
Os produtos disponíveis para escolha no Frugar vêm de uma base de 1,5 milhão de itens, obtidos das bases de dados de cerca de 20 grandes lojas de comércio eletrônico.
Vem daí, aliás, uma das fontes de receita do site. Um clique no produto leva a uma ou mais lojas virtuais que o oferecem. “Nós somos remunerados pelos cliques”, diz Waissman.
Por enquanto, os usuários não podem cadastrar novos produtos além dos que já são oferecidos pelo site. “Mas estamos trabalhando nisso”, afirma o CEO.
Segundo os sócios, a renda será completada com links patrocinados e venda de publicidade.
Comentários