Facebook admite rastrear usuários e até quem não faz parte do site
Muito criticado por geralmente expor mais informações pessoais do que os usuários gostariam, o Facebook agora também está sendo acusado de literalmente rastrear o que os seus cerca de 800 milhões de membros fazem na Internet. As informações são do jornal americano USA Today.
Segundo a publicação, executivos da maior rede social do mundo agora admitem usar um log contínuo das páginas na web que seus usuários visitaram nos últimos 90 dias, além de manter registros do que milhões de internautas não-membros do site fazem na rede após visitar uma página do Facebook.
Para fazer isso, a companhia utiliza tecnologias de cookies de rastreamento semelhante aos métodos também polêmicos usados por outras empresas de tecnologia que lidam com anúncios online como Google, Adobe, Microsoft e Yahoo, explica para o jornal o diretor de engenharia do Facebook, Arturo Bejar.
Por essa prática de rastrear usuários e até mesmo quem não faz parte da sua rede, o Facebook está sendo alvo de muitos questionamentos no Congresso dos Estados Unidos e pelo World Wide Web Consortium (que dita os padrões para a Internet), que se preocupam com a maneira como essas informações são usadas. “O Facebook pode estar rastreando os usuários sem conhecimento ou permissão, o que seria injusto ou uma forma de trapaça na prática dos negócios”, afirma o senador republicano Ed Markley, de Massachussets, que juntamente com o também republicano Joe Barton, do Texas, é autor de um projeto que visa limitar o rastreamento online de crianças.
Em resposta, o Facebook disse, por meio de seu criador, Mark Zuckerberg, e outros oficiais, que usa esses dados apenas para melhorar suas ferramentas de segurança e o desempenho do botão “Curtir” e outros plug-ins parecidos. “Não temos planos de mudar a maneira como usamos esses dados. Nossas intenções são opostas às de muitas companhias de publicidade e intermediários de dados que deliberadamente e, em muitos casos, de modo secreto, rastreiam as pessoas para criar perfis de seus comportamentos, vender esse conteúdo para quem pagar mais, ou usá-lo para anúncios direcionados”, afirma o porta-voz do Facebook, Andrew Noyes.
Markley e Barton também enviaram uma carta para Zuckerberg pedindo explicações sobre uma patente recentemente aplicada pelo Facebook para uma tecnologia que inclui um método de correlacionar o rastreamento de dados com anúncios. O prazo para o executivo responder aos políticos é 1/12.
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